Integrantes da ADA (Amigos dos Amigos, Rio) já estão organizando nas penitenciárias e presídios paulistas uma união com o TCC (Terceiro Comando da Capital, SP). Esta aliança visa tirar do PCC o monopólio da distribuição de maconha e cocaína no estado de São Paulo.
No Rio, a ADA é unida ao Terceiro Comando e conseqüentemente, é rival da facção Comando Vermelho (CV). Alguns de seus líderes estão presos em Presidente Prudente, SP.
Em maio passado, uma carta foi apreendida no Centro de Detenção Provisória-2 do Belém (Chácara do Belém, Zona Leste de SP). Relatava que presos da ADA estavam “batizando” afilhados na ala de isolamento da unidade. Contavam com celulares e tinham fichas de inscrição e cópias do estatuto da facção para distribuir aos interessados.
Há estimativas de que a ADA mantinha, até maio deste ano, pelo menos 20 "filiados" no CDP 2 do Belém, convivendo com presos do TCC. Após a apreensão da carta, presos ligados às facções ADA e TCC foram transferidos para a Penitenciária de Presidente Prudente.
Em Presidente Prudente a ADA teria predomínio entre os 823 presos (capacidade do local: 630 detentos). Alguns líderes do grupo são do Rio e foram presos em São Paulo, mas a grande maioria é de dissidentes do PCC. Nas ruas, a união entre as facções carioca e paulista também contaria com integrantes que foram expulsos do PCC.
A facção criminosa já teria montado pontos de drogas nas ruas e base estratégica em presídios de São Paulo. Líderes da ADA que migraram do Rio, teriam dominado um ponto de venda de drogas na cidade de Osasco, na Grande São Paulo. Na noite do dia 7 de agosto deste ano, integrantes da ADA e do PCC teriam trocado tiros no bairro Jardim Morada do Sol, Indaiatuba. Os dois grupos rivais disputavam pontos de drogas na região.
Recentemente, Degmar Rufino, o Cigano, 43 anos, integrante da ADA do Rio, foragido da Penitenciária de Presidente Prudente, ateou fogo ao escritório de seu advogado. Motivo: o defensor não conseguiu a progressão do regime fechado para o semi-aberto. Cigano agiu com a mulher, o filho e a nora, presos na rodovia Anhanguera.
Duas denúncias falam de traficantes do TCC em áreas da ADA na zona oeste do Rio de Janeiro. Uma relata que mais de 20 traficantes do TCC, fortemente armados, estariam vendendo drogas em Paciência. Outra faz referência a uma mulher com ligações com o TCC, que estaria guardando as armas da facção em Cordovil.