Milton Corrêa da Costa
A análise contextual que se faz, sobre a ocupação das Favelas do Jacarezinho e Manguinhos, pelas forças de segurança, inclusive com apoio das Forças Armadas, é que estamos diante de mais uma ação estratégica da atual política de segurança no processo de enfraquecimento do narcoterrorismo no Rio. É como estivéssemos numa guerra convencional e precisássemos avançar no terreno e tomar dois importantes pontos estratégicos do inimigo. A tomada, principalmente da Favela do Jacarezinho, é a mais importante vitória da política de segurança do Estado, após as tomadas e pacificação do Complexo do Alemão e da Rocinha. Até porque, com a anunciada futura instalação da Cidade da Policia (Civil) e do Comando de Unidades de Operações Especiais da Polícia Militar, nas proximidades da região do Jacarezinho e de Manguinhos, onde atuam traficantes da maior facção criminosa do Rio, seria ilógico o poder legal conviver com a ilegalidade muito próxima.
Com relação à Favela de Jacarezinho há que se considerar que a localidade, de extensão territorial considerável, com cerca de 950 mil metros quadrados, com grande densidade demográfica (38 mil habitantes) e baixíssimo índice de desenvolvimento humano (IDH), possui inúmeras entradas e saídas para pontos da Zona Norte e Leopoldina. fatos que sempre dificultaram sobremodo as incursões policiais no local , sendo até então reduto de homízio de perigosos marginais da lei, de guarda de armas de guerra, drogas e veículos roubados, além de conhecido ponto de partida e chegada dos chamados "bondes do terror".
Jacarezinho é também considerado hoje o principal ponto de comércio e consumo de crack no Rio. Manguinhos, localidade não menos violenta, e também de baixo IDH, de extensa área territorial, é outro ponto estratégico tomado,neste final de semana, localizando-se entre a Avenida Brasil, uma das mais importantes vias expressas da cidade, rota de passagem de entrada e saída do Rio, e a Avenida do Democráticos, onde a Rua Leopoldo Bulhões, via principal que divide a citada favela, em razão dos episódios de violência ali ocorridos, é chamada de "Faixa de Gaza". As duas favelas somadas e muito próximas, Jacarezinho e Manguinhos, possuem um área de cerca de 3,5 milhões de metros quadrados, com um total aproximado de 75 mil habitantes.
O fato é que fica mais uma vez evidenciado que não há recuo da política de segurança do Governo do Estado. No entanto, na política de ocupação de territórios, até então dominados pelo poder paralelo, projetos sociais e de urbanismo precisam vir a seu reboque. Não basta libertar cidadãos do terror e da opressão dos fuzis de guerra, é preciso também que o resgate da cidadania seja pleno. Se quisermos um dia vencer a Guerra do Rio é preciso prosseguir, obstinadamente, ocupando territórios inimigos. O preço da liberdade e a da paz social é a eterna vigilância. Ponto para a polícia do Rio na missão de defesa da lei e da ordem. Agora há no Rio um remédio atípico para uma criminalidade atípica, que liberta cidadãos do medo, da opressão e do terror. A vitória maior é da sociedade. Sem dúvida.
Milton Corrêa da Costa é tenente-coronel da reserva da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro
A análise contextual que se faz, sobre a ocupação das Favelas do Jacarezinho e Manguinhos, pelas forças de segurança, inclusive com apoio das Forças Armadas, é que estamos diante de mais uma ação estratégica da atual política de segurança no processo de enfraquecimento do narcoterrorismo no Rio. É como estivéssemos numa guerra convencional e precisássemos avançar no terreno e tomar dois importantes pontos estratégicos do inimigo. A tomada, principalmente da Favela do Jacarezinho, é a mais importante vitória da política de segurança do Estado, após as tomadas e pacificação do Complexo do Alemão e da Rocinha. Até porque, com a anunciada futura instalação da Cidade da Policia (Civil) e do Comando de Unidades de Operações Especiais da Polícia Militar, nas proximidades da região do Jacarezinho e de Manguinhos, onde atuam traficantes da maior facção criminosa do Rio, seria ilógico o poder legal conviver com a ilegalidade muito próxima.
Com relação à Favela de Jacarezinho há que se considerar que a localidade, de extensão territorial considerável, com cerca de 950 mil metros quadrados, com grande densidade demográfica (38 mil habitantes) e baixíssimo índice de desenvolvimento humano (IDH), possui inúmeras entradas e saídas para pontos da Zona Norte e Leopoldina. fatos que sempre dificultaram sobremodo as incursões policiais no local , sendo até então reduto de homízio de perigosos marginais da lei, de guarda de armas de guerra, drogas e veículos roubados, além de conhecido ponto de partida e chegada dos chamados "bondes do terror".
Jacarezinho é também considerado hoje o principal ponto de comércio e consumo de crack no Rio. Manguinhos, localidade não menos violenta, e também de baixo IDH, de extensa área territorial, é outro ponto estratégico tomado,neste final de semana, localizando-se entre a Avenida Brasil, uma das mais importantes vias expressas da cidade, rota de passagem de entrada e saída do Rio, e a Avenida do Democráticos, onde a Rua Leopoldo Bulhões, via principal que divide a citada favela, em razão dos episódios de violência ali ocorridos, é chamada de "Faixa de Gaza". As duas favelas somadas e muito próximas, Jacarezinho e Manguinhos, possuem um área de cerca de 3,5 milhões de metros quadrados, com um total aproximado de 75 mil habitantes.
O fato é que fica mais uma vez evidenciado que não há recuo da política de segurança do Governo do Estado. No entanto, na política de ocupação de territórios, até então dominados pelo poder paralelo, projetos sociais e de urbanismo precisam vir a seu reboque. Não basta libertar cidadãos do terror e da opressão dos fuzis de guerra, é preciso também que o resgate da cidadania seja pleno. Se quisermos um dia vencer a Guerra do Rio é preciso prosseguir, obstinadamente, ocupando territórios inimigos. O preço da liberdade e a da paz social é a eterna vigilância. Ponto para a polícia do Rio na missão de defesa da lei e da ordem. Agora há no Rio um remédio atípico para uma criminalidade atípica, que liberta cidadãos do medo, da opressão e do terror. A vitória maior é da sociedade. Sem dúvida.
Milton Corrêa da Costa é tenente-coronel da reserva da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro