Policiais, da mesma forma que homens de negócio, políticos e executivos, consideram-se pessoas práticas, que lidam com resultados. Conhecer polícia não é exatamente compreender polícia. Botânica não é jardinagem.
Se nos dias de hoje as ações nos morros e favelas cariocas estão respaldadas em investigações criteriosas e objetivam alvos previamente conhecidos, nem por isso estamos deixando de assistir a um sofrimento incalculável de todos os envolvidos na situação.
No caso da polícia, além da brutalidade de execuções que vitimam policiais a todo momento, ocorre um risco perigoso de desgaste de suas organizações de elite, equipes especializadas de alta eficiência, como o Bope e a Core.
Estudos realizados por psicólogos americanos, a partir de uma desastrosa operação militar de suas tropas de elite na Somália, em que 18 soldados morreram numa tentativa de capturar um líder guerrilheiro, mostraram o efeito das dificuldades enfrentadas por aqueles que operam em situações desfavoráveis, em que há dúvidas quanto aos objetivos e às possibilidades de sucesso.
Como era previsível, o resultado mostrou uma relação direta entre as dificuldades para cumprirem sua missão e o moral dos patrulheiros. Pior do que suportar os riscos da batalha era a impossibilidade de executar bem o trabalho para o qual haviam sido treinados.
Porém o estudo trouxe uma revelação mais importante: os elementos mais motivados e empenhados, aqueles que tinham os mais sólidos princípios, eram os que apresentavam a maior taxa de desilusão e de falta de motivação: “...o patrulheiro que se importava mais com o trabalho era justamente aquele que se sentia mais desmoralizado quando impedido de dar o melhor de si.”
Aqui no Rio, podemos também perceber que o policial que mais preza sua profissão, que mais se empenha em seu trabalho, é o que mais fortemente sente as pressões e dificuldades para a realização de sua missão.
As incursões punitivas dos chamados “bondes”, a violência das disputas entre quadrilhas e os costumeiros atentados a policiais em posições estáticas mostram com quem nossa polícia lida.
A dificuldade de proteger civis, o risco de perder o controle sobre situações de uso da força, a reportagem infeliz – que também atinge sua família – tudo isto faz com seja necessário ficar atento ao estado de ânimo dos mais empenhados.
Serão eles os que poderão mais cedo deixar de dar o melhor de si, prejudicando a capacidade das instituições de elite das polícias de sustentar seus níveis de excelência e eficiência operacional.
Policiais são homens de ação. Uma das características dos homens de ação é que quanto mais aprendem, mais aumenta a sua incerteza. E é justamente sobre isto que nossos policiais mais experientes podem ajudar seus superiores a refletir: que não devem seguir certos rumos, não porque conheçam as forças que serão despertadas, e sim porque as não conhecem.
Que têm alguma idéia, alguma percepção de tendências apenas vislumbradas, mas pressentem que enfrentá-las sem uma melhor compreensão de sua natureza poderá levar a um resultado desastroso: o de a polícia ser deixada só, na tarefa de combater o tráfico de drogas nas favelas do Rio de Janeiro.
(Mais detalhes:http://evidenciasibcc.blogspot.com/)
Se nos dias de hoje as ações nos morros e favelas cariocas estão respaldadas em investigações criteriosas e objetivam alvos previamente conhecidos, nem por isso estamos deixando de assistir a um sofrimento incalculável de todos os envolvidos na situação.
No caso da polícia, além da brutalidade de execuções que vitimam policiais a todo momento, ocorre um risco perigoso de desgaste de suas organizações de elite, equipes especializadas de alta eficiência, como o Bope e a Core.
Estudos realizados por psicólogos americanos, a partir de uma desastrosa operação militar de suas tropas de elite na Somália, em que 18 soldados morreram numa tentativa de capturar um líder guerrilheiro, mostraram o efeito das dificuldades enfrentadas por aqueles que operam em situações desfavoráveis, em que há dúvidas quanto aos objetivos e às possibilidades de sucesso.
Como era previsível, o resultado mostrou uma relação direta entre as dificuldades para cumprirem sua missão e o moral dos patrulheiros. Pior do que suportar os riscos da batalha era a impossibilidade de executar bem o trabalho para o qual haviam sido treinados.
Porém o estudo trouxe uma revelação mais importante: os elementos mais motivados e empenhados, aqueles que tinham os mais sólidos princípios, eram os que apresentavam a maior taxa de desilusão e de falta de motivação: “...o patrulheiro que se importava mais com o trabalho era justamente aquele que se sentia mais desmoralizado quando impedido de dar o melhor de si.”
Aqui no Rio, podemos também perceber que o policial que mais preza sua profissão, que mais se empenha em seu trabalho, é o que mais fortemente sente as pressões e dificuldades para a realização de sua missão.
As incursões punitivas dos chamados “bondes”, a violência das disputas entre quadrilhas e os costumeiros atentados a policiais em posições estáticas mostram com quem nossa polícia lida.
A dificuldade de proteger civis, o risco de perder o controle sobre situações de uso da força, a reportagem infeliz – que também atinge sua família – tudo isto faz com seja necessário ficar atento ao estado de ânimo dos mais empenhados.
Serão eles os que poderão mais cedo deixar de dar o melhor de si, prejudicando a capacidade das instituições de elite das polícias de sustentar seus níveis de excelência e eficiência operacional.
Policiais são homens de ação. Uma das características dos homens de ação é que quanto mais aprendem, mais aumenta a sua incerteza. E é justamente sobre isto que nossos policiais mais experientes podem ajudar seus superiores a refletir: que não devem seguir certos rumos, não porque conheçam as forças que serão despertadas, e sim porque as não conhecem.
Que têm alguma idéia, alguma percepção de tendências apenas vislumbradas, mas pressentem que enfrentá-las sem uma melhor compreensão de sua natureza poderá levar a um resultado desastroso: o de a polícia ser deixada só, na tarefa de combater o tráfico de drogas nas favelas do Rio de Janeiro.
(Mais detalhes:http://evidenciasibcc.blogspot.com/)
3 comentários:
Quando a polícia está em perigo, o que devemos fazer?
quando tivermos uma policia menos corrupta, poderemos quem sabe, ter dias melhores e mais seguros.
Acompanhamento psicológico, todo tipo de ajuda e respaldo deve ser dado a estes policiais dos quais a nossa cidade depende, pois sem eles estamos entregue aos bandidos. Estes herois, sim pois aceitar uma missao como as deles é coisa de heroi, devem ser muito bem formados, ter todo tipo de amparo quando nescessario pois eles sao muito importantes e totalmente indispensaveis.
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