segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Para onde vão eles?

A partir das operações de instalação das UPPs, grupos de traficantes procuram refúgio em outras áreas da cidade e do estado, principalmente em outras favelas do Grande Rio. Há os que se dirigem para cidades mais distantes e até para fora do estado.

Isto também acontece em períodos em que a polícia realiza operações de ocupação e varredura em áreas conflagradas, como as que ocorreram após aquela trágica manhã de sábado, 17 de outubro, no morro dos Macacos.

O Disque Denúncia tem fornecido às autoridades policiais as informações prestadas pela população sobre os principais "destinos" desses foragidos e a maneira como atuam nas comunidades em que se abrigam.

Armados com pistolas e fuzis, esses bandidos infernizam a vida das comunidades “ocupadas”. Na maioria dos casos, impõem toque de recolher para os moradores, comerciantes e estudantes, e os obrigam a guardar suas armas, a fornecer alimentação e a realizar serviços de transporte de armas e munições.

E continuam a praticar seus crimes na área onde estão se escondendo. Roubam carros e motos e com eles fiscalizam o local durante a noite, para possíveis invasões de rivais ou da policia. Na Chatuba – Nilópolis - segundo denúncias, traficantes do Jacarezinho ficam no local ofendendo, intimidando e fazendo ameaças aos moradores.

Durante a ocupação recebem drogas das comunidades de origem ou de sua facção, para vender na área. Numa recente apreensão de cocaína, maconha e crack, na Barreira do Vasco, as embalagens tinham inscrições da Favela da Grota (Complexo do Alemão – Ramos/Penha), que passava por uma ocupação da polícia.

Os relatos deixam claro que as comunidades não aceitam a situação e que suas famílias sofrem ameaças e humilhações diárias.