segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Para onde vão eles?

A partir das operações de instalação das UPPs, grupos de traficantes procuram refúgio em outras áreas da cidade e do estado, principalmente em outras favelas do Grande Rio. Há os que se dirigem para cidades mais distantes e até para fora do estado.

Isto também acontece em períodos em que a polícia realiza operações de ocupação e varredura em áreas conflagradas, como as que ocorreram após aquela trágica manhã de sábado, 17 de outubro, no morro dos Macacos.

O Disque Denúncia tem fornecido às autoridades policiais as informações prestadas pela população sobre os principais "destinos" desses foragidos e a maneira como atuam nas comunidades em que se abrigam.

Armados com pistolas e fuzis, esses bandidos infernizam a vida das comunidades “ocupadas”. Na maioria dos casos, impõem toque de recolher para os moradores, comerciantes e estudantes, e os obrigam a guardar suas armas, a fornecer alimentação e a realizar serviços de transporte de armas e munições.

E continuam a praticar seus crimes na área onde estão se escondendo. Roubam carros e motos e com eles fiscalizam o local durante a noite, para possíveis invasões de rivais ou da policia. Na Chatuba – Nilópolis - segundo denúncias, traficantes do Jacarezinho ficam no local ofendendo, intimidando e fazendo ameaças aos moradores.

Durante a ocupação recebem drogas das comunidades de origem ou de sua facção, para vender na área. Numa recente apreensão de cocaína, maconha e crack, na Barreira do Vasco, as embalagens tinham inscrições da Favela da Grota (Complexo do Alemão – Ramos/Penha), que passava por uma ocupação da polícia.

Os relatos deixam claro que as comunidades não aceitam a situação e que suas famílias sofrem ameaças e humilhações diárias.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Expansão do mercado - ADA e TCC em São Paulo

Integrantes da ADA (Amigos dos Amigos, Rio) já estão organizando nas penitenciárias e presídios paulistas uma união com o TCC (Terceiro Comando da Capital, SP). Esta aliança visa tirar do PCC o monopólio da distribuição de maconha e cocaína no estado de São Paulo.

No Rio, a ADA é unida ao Terceiro Comando e conseqüentemente, é rival da facção Comando Vermelho (CV). Alguns de seus líderes estão presos em Presidente Prudente, SP.

Em maio passado, uma carta foi apreendida no Centro de Detenção Provisória-2 do Belém (Chácara do Belém, Zona Leste de SP). Relatava que presos da ADA estavam “batizando” afilhados na ala de isolamento da unidade. Contavam com celulares e tinham fichas de inscrição e cópias do estatuto da facção para distribuir aos interessados.

Há estimativas de que a ADA mantinha, até maio deste ano, pelo menos 20 "filiados" no CDP 2 do Belém, convivendo com presos do TCC. Após a apreensão da carta, presos ligados às facções ADA e TCC foram transferidos para a Penitenciária de Presidente Prudente.

Em Presidente Prudente a ADA teria predomínio entre os 823 presos (capacidade do local: 630 detentos). Alguns líderes do grupo são do Rio e foram presos em São Paulo, mas a grande maioria é de dissidentes do PCC. Nas ruas, a união entre as facções carioca e paulista também contaria com integrantes que foram expulsos do PCC.

A facção criminosa já teria montado pontos de drogas nas ruas e base estratégica em presídios de São Paulo. Líderes da ADA que migraram do Rio, teriam dominado um ponto de venda de drogas na cidade de Osasco, na Grande São Paulo. Na noite do dia 7 de agosto deste ano, integrantes da ADA e do PCC teriam trocado tiros no bairro Jardim Morada do Sol, Indaiatuba. Os dois grupos rivais disputavam pontos de drogas na região.

Recentemente, Degmar Rufino, o Cigano, 43 anos, integrante da ADA do Rio, foragido da Penitenciária de Presidente Prudente, ateou fogo ao escritório de seu advogado. Motivo: o defensor não conseguiu a progressão do regime fechado para o semi-aberto. Cigano agiu com a mulher, o filho e a nora, presos na rodovia Anhanguera.

Duas denúncias falam de traficantes do TCC em áreas da ADA na zona oeste do Rio de Janeiro. Uma relata que mais de 20 traficantes do TCC, fortemente armados, estariam vendendo drogas em Paciência. Outra faz referência a uma mulher com ligações com o TCC, que estaria guardando as armas da facção em Cordovil.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Tráfico e desmatamento no Rio

Traficantes de drogas do Andaraí, Formiga, Morro da Cruz e Turano, entre outros que estão baseados no Maciço da Tijuca, estão abrindo clareiras na mata para poder fugir mais rapidamente de batidas policiais.

No Sumaré, ocorreu reflorestamento, foram plantadas varias espécies de árvores, mas traficantes do Morro da Formiga retiraram várias delas para feitura de trilhas de fuga.

Na Rocinha e da Tijuca estariam cortando árvores para aumento de seus redutos e fazer trilhas nas matas, até o Alto da Boavista. São montadas tendas ou barracas para locais de endolação, esconderijos e guarda de armas. Muitos usam esses locais para cativeiro e cemitérios clandestinos.

Em outras regiões este fato se repete. Em uma das áreas da Serra da Misericórdia está localizado o Complexo do Alemão, composto por 17 comunidades. O tráfico ocupa as poucas áreas restantes de vegetação, sendo constantes os deslizamentos de terra. Se acontecer uma chuva mais forte, há risco de desabamentos, ameaçando a vida das pessoas que moram no entorno.

A Central Disque-Denúncia recebeu desde 2002, 1590 relatos das mais diversas formas de desmatamento, entre elas, as de ações dos traficantes.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Tropa de Elite em Perigo

Policiais, da mesma forma que homens de negócio, políticos e executivos, consideram-se pessoas práticas, que lidam com resultados. Conhecer polícia não é exatamente compreender polícia. Botânica não é jardinagem.

Se nos dias de hoje as ações nos morros e favelas cariocas estão respaldadas em investigações criteriosas e objetivam alvos previamente conhecidos, nem por isso estamos deixando de assistir a um sofrimento incalculável de todos os envolvidos na situação.

No caso da polícia, além da brutalidade de execuções que vitimam policiais a todo momento, ocorre um risco perigoso de desgaste de suas organizações de elite, equipes especializadas de alta eficiência, como o Bope e a Core.

Estudos realizados por psicólogos americanos, a partir de uma desastrosa operação militar de suas tropas de elite na Somália, em que 18 soldados morreram numa tentativa de capturar um líder guerrilheiro, mostraram o efeito das dificuldades enfrentadas por aqueles que operam em situações desfavoráveis, em que há dúvidas quanto aos objetivos e às possibilidades de sucesso.

Como era previsível, o resultado mostrou uma relação direta entre as dificuldades para cumprirem sua missão e o moral dos patrulheiros. Pior do que suportar os riscos da batalha era a impossibilidade de executar bem o trabalho para o qual haviam sido treinados.

Porém o estudo trouxe uma revelação mais importante: os elementos mais motivados e empenhados, aqueles que tinham os mais sólidos princípios, eram os que apresentavam a maior taxa de desilusão e de falta de motivação: “...o patrulheiro que se importava mais com o trabalho era justamente aquele que se sentia mais desmoralizado quando impedido de dar o melhor de si.”

Aqui no Rio, podemos também perceber que o policial que mais preza sua profissão, que mais se empenha em seu trabalho, é o que mais fortemente sente as pressões e dificuldades para a realização de sua missão.

As incursões punitivas dos chamados “bondes”, a violência das disputas entre quadrilhas e os costumeiros atentados a policiais em posições estáticas mostram com quem nossa polícia lida.

A dificuldade de proteger civis, o risco de perder o controle sobre situações de uso da força, a reportagem infeliz – que também atinge sua família – tudo isto faz com seja necessário ficar atento ao estado de ânimo dos mais empenhados.

Serão eles os que poderão mais cedo deixar de dar o melhor de si, prejudicando a capacidade das instituições de elite das polícias de sustentar seus níveis de excelência e eficiência operacional.

Policiais são homens de ação. Uma das características dos homens de ação é que quanto mais aprendem, mais aumenta a sua incerteza. E é justamente sobre isto que nossos policiais mais experientes podem ajudar seus superiores a refletir: que não devem seguir certos rumos, não porque conheçam as forças que serão despertadas, e sim porque as não conhecem.

Que têm alguma idéia, alguma percepção de tendências apenas vislumbradas, mas pressentem que enfrentá-las sem uma melhor compreensão de sua natureza poderá levar a um resultado desastroso: o de a polícia ser deixada só, na tarefa de combater o tráfico de drogas nas favelas do Rio de Janeiro.
(Mais detalhes:http://evidenciasibcc.blogspot.com/)

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O Rio de Janeiro agradece sua ligação

Em julho passado, a Central Disque Denúncia do Rio de Janeiro recebeu um total de 38.664 ligações. Apenas 43 delas não foram atendidas. Para quem gosta de detalhes estatísticos, significa que perdemos uma ligação em cada 889 chamados da população. Trata-se de um belo indicador.

O importante de nossos números é que os operadores não têm restrição de tempo de atendimento, podem conversar e ouvir o que nos tem a contar os denunciantes o quanto for necessário. O tempo que nos preocupa é aquele entre a chamada e o atendimento a ela. Em julho, 79% das ligações tiveram tempo de espera inferior a dez segundos.

Nossos atendentes são treinados para a realização de uma entrevista, na verdade. Aprendem técnicas que vão desde a adequação de vocabulário e perguntas básicas para coleta de dados à construção de uma postura não julgadora com relação aos denunciantes, suas posições e opiniões emitidas sobre os fatos informados.

Garantir um bom atendimento, pelo qual passa o estabelecimento de uma relação de confiança entre dois interlocutores, o denunciante e o atendente, é nossa maior preocupação. O Rio de Janeiro agradece sua ligação.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Organizando o crime

Informações chegadas ao Disque-Denúncia dão conta de que houve uma aliança entre traficantes do Primeiro Comando da Capital (PCC - SP) e do Terceiro Comando Puro (TCP - RJ), para atuar em Sapinhatuba, Angra dos Reis. O bairro fica situado à margem da rodovia Rio Santos (BR 101), na entrada do município.

A polícia do Rio está atenta. Em 2008, em uma operação para cumprir 40 mandados de prisão, foram presos 25 traficantes, entre eles três supostos líderes locais e uma mulher que era o contato do bando em São Paulo. Três taxistas presos levavam drogas de São Paulo para Angra.

Recentemente, policiais civis prenderam na cidade um homem que pertenceria à facção paulista, acusado de ser um dos maiores fornecedores de entorpecentes nas regiões de Angra e Paraty - e que também responde a processos em São Paulo por tráfico de drogas e homicídio, onde teria assassinado um policial.

De acordo com os autos de um processo judicial sobre o tráfico na Sapinhatuba, há na localidade uma organização criminosa muito bem organizada e articulada, que se dedica a traficar crack, cocaína e maconha. Segundo as denúncias, as armas e as drogas viriam por Ubatuba, litoral norte de São de Paulo, que se limita com Paraty.

Há relatos de que traficantes dos bairros de Santíssimo, Realengo e Padre Miguel, ligados ao TCP, estariam se transferindo para aquela localidade a fim de reforçar o tráfico local, em função da repressão policial.

Segundo outras denúncias, o tráfico de drogas, apesar das prisões, continua procurando manter sua rotina de vendas. Para isso os traficantes estabeleceram o terror nas comunidades: proíbem a entrada de pessoas para visitar parentes no complexo e impedem o acesso de agentes de serviços públicos.

A quadrilha é responsável por uma série de mortes com requintes de crueldade.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Sino do Inferno

"Barulho furioso, contínuo, barulho do apocalipse,
barulho de fim de mundo, para coisa nenhuma".
(João do Rio, 1919)

Em operação da Polícia Civil no Morro da Mangueira, no último dia 15 de julho(1), foi apreendida uma metralhadora Madsen 7.62, além de outros armamentos pesados (dois fuzis e uma metralhadora ponto 30). Na véspera, no Pavão-Pavãozinho, policiais da DRAE apreenderam outra destas metralhadoras dinamarquesas. (2)


Chamada de Madame Satã ou Sino do Inferno, pelas rajadas ensurdecedoras que produz, a Madsen era somente vista na PM do Rio, em especial no BOPE, sendo usada em confrontos contra traficantes de drogas, provocando terror e dissuasão por seu ruído diferenciado.(3) Sempre foi difícil encontrar uma arma dessas em mãos de traficantes, talvez pelo fato de não haver especialistas em seu manuseio e manutenção.


A Central Disque-Denúncia sinalizou em um relatório de análise criminal de 2007, que haveria uma em poder de traficantes do Morro do Dendê, Ilha do Governador. A Madsen identificada era usada pelo chefe do tráfico daquela comunidade, Fernando Gomes da Silva (Fernandinho Guarabu), ligado ao Terceiro Comando. Ela foi apreendida em março de 2008, numa operação conjunta da CORE e da DCOD.(4)

Três denúncias recebidas neste ano afirmam que traficantes de uma facção criminosa estariam em poder deste armamento, para futuras invasões a redutos de uma outra facção rival. Segundo outras fontes, ela também estaria em mãos de traficantes de uma das áreas mais violentas da cidade. Os relatos citam pequenas quantidades, uma ou duas unidades no máximo. Mas indicam que essa arma de longo alcance e de alto poder destrutivo já começa a circular nas mãos de traficantes de várias facções.


Em junho de 2004 uma Madsen foi recuperada de uma quadrilha no Maranhão. Ela havia sido roubada de um quartel da PM do Piauí. Em setembro de 2006 a Polícia Federal apreendeu outra, no Paraná, vinda da Argentina. Em junho de 2007, a Polícia Rodoviária Federal apreendeu mais uma em Itatiaia, destinada ao Rio de Janeiro.(5)


Em março de 2007, uma arma deste tipo foi roubada do Museu Histórico do Exército, mas logo recuperada pela DRAE.(6) Segundo explicações oficiais, ela não tinha poder de fogo. Há especialistas que afirmam que uma arma naquelas condições, nas mãos de um bom armeiro, voltaria a funcionar em seu pleno poder.


A Madsen, calibre 7.62, é uma metralhadora ligeira desenvolvida em 1903, pelo oficial de artilharia do exército da Dinamarca, Vilhelm Madsen. Foi utilizada nas I e II Guerras Mundiais e em guerras localizadas, como a Guerra do Chaco, entre Paraguai e Bolívia. Pesa aproximadamente 9 kg e tem um alcance eficaz de 400 metros. Possui um alimentador em curva, que possibilita sua fácil identificação. É capaz de disparar 450 vezes por minuto e pode atingir um alvo a quase dois quilômetros de distância. O barulho produzido por ela é assustador.




1.Mangueira / 2.Pavão-Pavãozinho / 3.Morro dos Macacos - Morro do Encontro / 4.Fernandinho Guarabu: / 5.Maranhão; Madsen Polícia Federal Paraná; Polícia Rodoviária Federal; / 6.Museu Histórico do Exército; 7.Tributo à Madsen; / 8.Cidadão Assustado; Guerra do Chaco; Guerra Colonial Portuguesa; Madsen no Exército Brasileiro



segunda-feira, 22 de junho de 2009

A Estruturação de Atividades Criminosas

Claudio Beato/Luís Felipe Zilli
CRISP – Centro de Estudos de Criminalidade
e Segurança Pública


A cidade do Rio de Janeiro tem se notabilizado pela ocupação de territórios por grupos armados, onde o estado tem muitas dificuldades de se estabelecer. Via de regra, a estratégia tem sido a do confronto através de escaramuças, realizado de forma pontual, descontinuada e sem complementaridade com outros tipos de ações. Além de ineficaz, essa forma de enfrentamento produz número elevado de vítimas, inclusive entre a população civil local, contribuindo com grande sentimento de hostilidade e ressentimento em relação à polícia.

Por outro lado, numa vertente diametralmente oposta, diversos segmentos sociais condenam as ações de confronto, a partir da constatação de que somente intervenções sociais profundas irão alterar as condições para que o estado esteja assentado de forma permanente. Este tipo de argumento, no entanto, encontra dificuldades para explicitar como se restabelecem as condições de ordem para que ações sociais ocorram.

Este tipo de situação não é exclusivamente carioca. É observada em diferentes graus, em outras áreas metropolitanas do país. Por todo o Brasil, muitos são os exemplos de espaços urbanos frutos de loteamentos irregulares e realocações temporárias onde, já em sua origem,a ilegalidade na ocupação do solo e na provisão de serviços terminou se constituindo em referência. (Leia mais em EVIDÊNCIAS.)

De: Casos de Polícia (EXTRA)

Bingo em Campo Grande tinha caixa eletrônico e loja de penhores

Policiais que participam da segunda fase da operação Têmis, deflagrada para desbaratar o braço econômico da milícia na Zona Oeste, estouraram nesta sexta-feira um bingo clandestino no centro de Campo Grande. Além de máquinas, a polícia encontrou no local um caixa eletrônico e uma loja de empréstimos consignados, onde os apostadores podiam sacar dinheiro e até penhorar joias.

Segundo o delegado Eduardo Freitas, da Delegacia de Defesa de Serviços Delegados (DDSD), a polícia chegou o local a partir de informações do Disque-Denúncia (2273-1177), que apontavam a existência de um bingo ligado à milícia. Dez pessoas foram levadas para a Delegacia de Homicídios da Zona Oeste, que concentra as ações contra milicianos. Uma gerente do bingo foi autuada em flagrante por prática de jogo de azar e liberada após pagamento de fiança.

Veja imagens do bingo em Campo Grande

De acordo com a polícia, o caixa eletrônico e a loja de empréstimos serviriam para facilitar as apostas de quem estivesse sem dinheiro.
— O local foi interditado. A facilidade do dinheiro no caixa eletrônico e na loja de empréstimos incentiva e fomenta a pessoa a gastar com o jogo. Vamos investigar para saber se o bingo era ligado à milícia ou não — disse Eduardo Freitas.

A polícia apreendeu no bingo cerca de 20 máquinas, que funcionavam acopladas a mesas com leitoras de cartões eletrônicos. Também foram encontrados vários cheques. Em outra ação da operação Têmis, policiais da 14ª DP (Leblon) e da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) apreenderam 140 botijões de gás na Favela da Carobinha, também em Campo Grande. Segundo os policiais, o material era vendido em um caminhão usado por milicianos da Liga da Justiça.

Enviado por Marcos Nunes -
20.6.2009

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Nem da Rocinha

Desde que Nem assumiu o controle dos pontos de drogas da Rocinha, recebemos mais 160 informações sobre suas atividades e seu possível paradeiro.

Nem começou a sua vida de crimes como vapor, vendeu muita droga e deu muitos tiros antes de se tornar gerente de boca de fumo. Ele está no comando da Rocinha há pouco mais de um ano, tendo alcançado o controle total da área após a prisão de Joca, capturado graças a uma informação do Disque-Denúncia.

Nem é apontado como o fornecedor de cocaína e maconha para os principais morros e favelas controlados pela ADA. Denunciantes relatam, também, que em seu bando trabalham vários menores, com idade variando entre 13 e 17 anos, e muitas mulheres, ocupando postos de olheiras, vapores e seguranças. Algumas circulam com fuzis e pistolas nas bocas de fumo, outras fazem a divulgação de novas bocas em bares, biroscas e forrós.

Dizem as denúncias que Nem expande seus ganhos com a diversificação de atividades criminosas, atuando em outros setores, como a exploração do jogo ilegal através de máquinas de caça-níqueis, roubo de cargas e de automóveis. Há informações de que alguns ladrões de banco são ligados à sua quadrilha.

Desde o ano 2000, o Disque-Denúncia recebeu mais de 6.000 informações sobre a Rocinha. No período da “guerra da Rocinha”, que intranqüilizou a cidade a partir da Semana Santa de 2004, foram 1.741 denúncias, equivalendo ao que recebemos no caso do assassinato de Tim Lopes.

Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha responde a seis processos em três varas criminais do fórum da capital, a maioria por tráfico de drogas. Contra ele existem outros três mandados de prisão, expedidos pela 33ª, 23ª e 40ª Vara Criminais.

A recompensa por informações que levem à sua prisão é de 2 mil reais.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Depoimento do Professor Sapori

Recentemente o DD Rio recebeu o professor Luís Flávio Sapori, que relatou a visita em seu blog, com bastante simpatia:

DISQUE-DENÚNCIA E INTELIGÊNCIA POLICIAL
Tive a oportunidade de realizar uma palestra para funcionários do Disque-Denúncia do Rio de Janeiro, na semana passada. Aproveitei a ocasião para conhecer mais de perto a metodologia adotada pelo projeto. E devo confessar que fiquei muito bem impressionado com o que ouvi e com o que vi.

O Disque-Denúncia do RJ não se resume a uma central de recebimento de denúncias anônimas. Realiza um verdadeiro trabalho de inteligência, sistematizando e analisando informações acerca da dinâmica da criminalidade na cidade e no estado. Os relatórios elaborados, e pude ler alguns deles, são de boa qualidade e transformam a informação em conhecimento. Perfis e identidades de criminosos, características espaciais de crimes diversos, trajetórias recentes de criminosos procurados, entre outros dados, são analisados por técnicos capacitados, tanto do ponto de vista quantitativo quanto qualitativo. ...

veja mais:http://www.dzai.com.br/luis/blog/segurancapublica

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Braço forte

Deu no JB Online:

Foragido da justiça é preso em Itaboraí por homicídio e roubo
RIO - Através do Disque-Denúncia (2253-1177), agentes do Serviço Reservado (P-2) lotados no 35º BPM (Itaboraí) prenderam, na tarde de quarta-feira, Danilo da Silva Correia, de 24 anos, em Itaboraí. Segundo os policiais, o preso seria foragido da Justiça de Santa Catarina, pois teria matado uma pessoa no estado da Região Sul do país em 2007.


De acordo com os policiais do batalhão de Itaboraí, Danilo matou uma mulher de 50 anos na cidade de Balneário Camburiu. A vítima teria sido assassinada durante um latrocínio (roubo seguido de morte), que teria sido praticado por Danilo.

Ainda de acordo com agentes da P-2 do 35º BPM, o preso morava junto com familiares na Rua 22, no bairro Parque Industrial, e, ultimamente, vinha trabalhando como motorista de van na região.

Há algum tempo atrás aconteceu algo semelhante com um foragido do Pará, que havia assassinado a filha de uma prefeita de um município próximo a Belém.

No início do ano foi o caso de uma moradora de Vila Velha, ES, procurada também por homicídio. Quando a polícia chegou em sua casa ela se estava preparando para viajar para o exterior.

É curioso como o Disque Denúncia ajuda a polícia a capturar foragidos da justiça de outras localidades, mesmo que já tenha se passado muito tempo do crime.

Uma denúncia anônima funciona como se fosse uma bala perdida. O criminoso é apanhado de forma inesperada, sem saber de onde veio a informação, do "como" e do "porquê".

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Sintonia

Quando a população, a polícia e a imprensa entram em perfeita sintonia, parece que uma pressão, uma força irresistível, leva os criminosos a serem identificados e presos rapidamente. Alguns não resistem e até se entregam.

Todos viram: na noite de segunda-feira, 4 de maio último, três homens armados assaltaram um posto de combustíveis na RJ-106, em São Gonçalo, e mataram Angélica Maria de Souza com um tiro na cabeça. O registro do assalto pelas câmeras do posto foi divulgado por todos os noticiários de televisão, mostrando a frieza dos bandidos.

O Disque Denúncia recebeu dezenas de informações sobre o caso. Segundo o inspetor Nilo Fausto, chefe de investigações da 75ª DP, duas delas levaram a polícia a identificar dois dos assaltantes, os irmãos André Felipe e Jean Rodrigues.

No dia seguinte, terça, 5, outra brutalidade praticada por assaltantes: cinco homens assaltaram um ônibus que passava pela Ilha do Fundão. Todos assistiram ao filme em que se vê um dos ladrões dar um tiro mortal no trocador Ubiraci dos Santos, que não manifestara a menor reação.

O delegado Fernando Reis, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, informou que três menores envolvidos no crime foram identificados e localizados a partir de informações ao Disque Denúncia.

Nos casos acima, o que nos chama a atenção é a rapidez como foram estabelecidas a autoria dos crimes e a imediata prisão dos envolvidos. Quando a população, sua polícia e sua imprensa, agem afinadas, têm o efeito de um tsunami devastador sobre os criminosos.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O balão vai subindo...

Há muito soltar balões deixou de ser uma brincadeira inocente. Toda a beleza e criatividade propostas pelas pessoas envolvidas com esta prática não mais disfarçam os perigos encobertos pela alegria das cores e dos movimentos no céu. É bonito, sim, mas as luzes de um balão nas noites frias de inverno podem ser prenúncio de acidentes muito graves.

O Disque Denúncia recebeu no ano passado mais de seiscentas denúncias sobre balões e baloeiros, sobre depósitos, locais de festivais e de comércio de artefatos para confecção e soltura de balões. Foram apreendidos balões de mais de quarenta metros de altura, que representavam ameaça às nossas florestas, refinarias e aeroportos.

Recentemente um balão caiu sobre um prédio em Vila Valqueire, ocasionando danos ao imóvel e causando uma morte. O assunto é sério: balões atentam contra a vida, contra a propriedade, contra a natureza, ameaçando atividades econômicas e sociais, trazendo riscos de acidentes e de incêndios.

O Programa Disque Balão funciona desde 1999, promovendo campanhas de esclarecimento e oferecendo recompensas a informações que levem à apreensão de balões e de material para sua fabricação. Há também o pagamento de prêmios às equipes de policiais que obtenham sucesso ao investigar estas denúncias.

As recompensas vão de trezentos a mil reais, dependendo do estrago causado à festa.

terça-feira, 28 de abril de 2009

O cidadão está fazendo sua parte

Mais de cem mil pessoas ligaram para o Disque-Denúncia no ano passado. Suas informações levaram a polícia a prender criminosos, desbaratar quadrilhas, libertar pessoas de cativeiro, salvar vidas.

O cidadão está fazendo sua parte.

Certamente não está assistindo, passivo, ao que acontece no Rio de Janeiro.
É injusto afirmar que o carioca aceita conviver com a violência e a impunidade ou com a degradação de sua cidade, que aqui ninguém faz nada.

Nós estamos fazendo, 24 horas por dia.

Conhecemos nossas limitações, principalmente porque vamos de encontro a elas todos os dias.
Não nos falta, muitas vezes, vontade de jogar a toalha, de largar tudo e ir dar uma volta na Lagoa. Mas logo que surge um resultado qualquer, retomamos nosso caminho, vamos em frente. Um pequeno sucesso pode ser chamado de tudo, menos de fracasso.

Sabemos que fazemos diferença.

Assim como fazem diferença centenas de organizações e pessoas que dão seu tempo e seus recursos a projetos sociais espalhados por toda a cidade, e que também são exemplos da resistência e da obstinação dos cariocas.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Por que o Disque-Denúncia paga recompensa?

O DD lançou uma oferta de recompensa por informações que levem ao esclarecimento da morte da enfermeira Leslie. Quem ajudar a polícia a investigar este trágico crime poderá receber uma recompensa de cinco mil reais.

A maioria das pessoas denuncia por indignação, chocados com a desenvoltura dos criminosos, que agem com a certeza de que jamais serão alcançados pela lei. É por isso que os cidadãos se utilizam do Disque-Denúncia, para canalizar essa indignação.

Então, porque pagar recompensa?

Um dos motivos reside exatamente no fato de esta ser uma questão polêmica. Sabemos que tudo o que é polêmico é de interesse da imprensa. Vira notícia. Assim, o anúncio de uma recompensa tem grande repercussão e mais pessoas tomam conhecimento de um acontecimento, aumentando as chances de que alguém que tenha uma informação importante possa ser alertado e ajude a polícia esclarecer um caso.

Acontece, também, que nem todos pensam e se comportam da mesma forma com relação ao crime e à violência. Existem pessoas que são absolutamente indiferentes ao que acontece em nossa sociedade, não se tocam ou não acreditam que valha a pena envolver-se nessas questões. Há também aqueles que estão próximos dos criminosos, e que não os denunciariam sem uma forte razão.

Para algumas pessoas, que podem eventualmente ter informações relevantes para a polícia, a recompensa pode ser o único motivo que as faça superar a apatia ou o medo, levando-as a ligar para o Disque-Denúncia.

sábado, 18 de abril de 2009

Pirataria

No dia a dia da luta contra o crime, chamamos Pirataria à prática de produzir, vender ou distribuir produtos sem a expressa autorização dos proprietários de uma marca ou produto. Falsificação. Isto é crime, e dos grandes. Afirma-se que movimenta mais recursos do que o tráfico de drogas.

Quando alguém compra uma cópia, um produto falso, não está pagando aos criadores e produtores da obra, e sim ao falsificador. Sem falar nos impostos não recolhidos. No caso de produtos com alta incidência fiscal, o maior volume de recursos desviados é de tributos. Menos escolas e hospitais.

Pirateia-se de tudo, mas o que mais se falsifica são CDs e DVDs, softwares, roupas, calçados, cigarros e remédios. Em um ano, de abril/2008 a abril/2009, o Disque Denúncia recebeu 2.795 informações sobre produtos pirateados. Cerca de 1.200 referiam-se a CDs e DVDs. Recebemos também mais 700 denúncias sobre postos que vendem gasolina adulterada. Outras 120 denúncias relatam falsificação de marcas de roupa famosas, principalmente daquelas que fabricam camisas de times de futebol.

Camelôs do Rio vendem também tênis falsos de marcas conhecidas. No camelódromo da Uruguaiana e em outros pontos de concentração de camelôs, nos bairros de Campo Grande, Madureira e Pavuna compram-se brinquedos, óculos, perfumes, bebidas, produtos alimentícios e cigarros.

Com a pirataria no Brasil, o governo deixa de arrecadar bilhões de reais por ano em impostos, conforme dados divulgados pelo Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual - órgão criado com a finalidade de fiscalizar a atividade do mercado informal de produzir e vender artigos sem licenciamento.