terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Pior que um crime

Numa noite de fevereiro de 1999, um jovem imigrante africano estava tomando ar em frente à sua casa, na periferia de Nova York, quando quatro homens brancos, em um carro sem placas, o abordaram agressivamente. Amadou Diallo, este era o seu nome, havia tido um amigo atacado por brancos dias antes, e, além disso, era gago e mal falava inglês.

Os quatro eram policiais de um esquadrão especializado em combater crimes de rua, estavam armados e dois deles portavam tacos de beisebol. Eram altos, jovens e encorpados, em função dos coletes à prova de balas que usavam. O jovem negro correu para a portaria de seu prédio, apavorado.

Os policiais o advertiram para parar e foram atrás dele. Falavam com ele, mas ele nada respondia e tentava desesperadamente abrir a porta do prédio com a mão esquerda. A direita estava dentro do bolso e ele a tirou, segurando um objeto escuro. Era sua carteira de documentos.

Mas não foi isso o que os policiais viram. Um deles gritou, como nos filmes: “Arma de fogo! Ele tem uma arma!” Em sete segundos foram disparados 41 tiros pela equipe policial. Depois o silêncio. Os policiais se aproximaram de Diallo, que jazia no chão, a mão direita afastada do corpo. Estava aberta e mostrava sua carteira. Um deles exclamou: “Onde está a maldita arma?!”

É surpreendente a quantidade de estudos que os americanos dedicam aos problemas da ação policial. O caso Diallo foi um deles. Teve a mais ampla repercussão na sociedade norte-americana. Acadêmicos, jornalistas, policiais, políticos e ativistas de todo o país esquadrinharam cada aspecto do acontecimento, dos envolvidos, e de todo o entorno desta tragédia. Amadou Diallo é mais que um nome - é uma referência no ativismo de direitos civis e em estudos do sistema de justiça criminal dos EUA.

Nenhum dos policiais foi condenado, embora tenham ido a julgamento, ao contrário do que aconteceu no caso Jean Charles, o brasileiro vítima de um ataque deste tipo da Scotland Yard, no metrô de Londres. Em casos como o deles, nenhuma explicação satisfaz. O que ocorreu pode ser tudo, menos um acidente. Em geral encontramos uma sucessão de erros, detonada por uma presunção inicial falsa.

O que podemos observar, o que faz toda a diferença, é a extrema preocupação de todas as forças sociais daqueles países em evitar que erros como esses se repitam. Para o futuro, para a gestão das polícias, é fundamental saber exatamente o que aconteceu, segundo a segundo, quadro a quadro.

O esclarecimento público e transparente não visa crucificar ninguém, mas evitar outras mortes. Com isso a polícia aperfeiçoa seus procedimentos, novas leis são aprovadas, enfim, algo muda, não por causa da tragédia, mas apesar dela.

É claro que é importante saber de quem é a culpa e, principalmente, se houver indício de crime, processar os suspeitos. Mas esconder os fatos, jogar a sujeira para baixo do tapete, afastar os especialistas (inclusive da polícia) dos detalhes mais importantes de um acontecimento deste tipo, significa garantir que assistiremos novamente a esse filme, do qual já sabemos o final, e quem são os culpados.

Zeca Borges

3 comentários:

.Olfo disse...

Meu amigo pediu para todos os amigos dele denunciarem, e eu também espero que vcs me ajudem.
TEM UM PEDÓFILO POSTANDO VÍDEOS NUM BLOG DA BLOGGER, DE ACESSO PÚBLICO. POR FAVOR, DENUNCIEM. FIQUEI SEM AÇÃO QUANDO COMPREENDI O CONTEÚDO DOS VÍDEOS. É SIMPLESMENTE NOJENTO PERTENCER À ESPÉCIE HUMANA.
Não é vírus, pode conferir no link. è muito importante denunciar. Pode ser que aconteça na família de qualquer um de nós. isso traz danos irreversíveis. DENUNCIEM PARA ONDE QUER QUE SEJA.

>>> http://sexoinfantil.blogspot.com/

O MAIS ABSURDO É QUE TEM POSTAGENS DO DIA 21 E ATÉ AGORA O GOOGLE (administrador do Blogger) AINDA NÃO FEZ NADA.

Anônimo disse...

Quero denuncias, que faço a mesma denuncia a anos e não tivemos nenhum retono.

Na Praia de Botafogo, 484, há uma galeria, onde vendem Drogas, e todos os comercios são irregulares. Sem noa fiscal, venda de cachacha. fica com mendigos... sempre há música alta e geram brigas, mulheres espancadas, ligo para a policia mais niguem a aprece. os bares colocam cadeiras na calçadas.

POR FAVOR TOMEM ALGUMA PROVIDÊNCIA.

OBRIGADO

Anônimo disse...

No bairro de Éden em São João de Meriti,encontran-se elementos foragidos do complexo do alemão e da rocinha...Já se ouve dizer que está em atividade,pequenos grupos de indivíduos traficando drogas no local da rua Anhanguera,e com isso,havendo assaltos residencias nas proximidades.Reforçando o policiamento,com certeza irá inibí-los.