quarta-feira, 2 de junho de 2010

UPPS: de minha parte, obrigado

Zeca Borges
Conta-se muito esta história sobre Elizabeth I da Inglaterra. A rainha e seu protegido, Sir Walter Raleigh, divertiam-se a fumar charutos - na segunda metade do século XVI, isto devia ser uma grande novidade, dentre outras vindas da América.
Observando a fumaça, Raleigh afirmou que ela poderia ser pesada. E, apanhando um charuto novo, iniciou sua demonstração. Colocou-o numa balança e anotou seu peso. Acendeu-o e começou a fumá-lo, tendo o cuidado de colocar suas cinzas no prato da balança. Quando terminou, colocou o que restava do charuto junto às cinzas, e verificou o peso. A diferença que faltava, afirmou ele, era o quanto a fumaça pesava. Brilhante.
A rainha ficou ainda mais encantada com seu favorito. Embora tenha sido interessante, o que aconteceu depois já não tem relação com o assunto que iremos abordar. A história fica por aqui.

Uma das maiores contribuições de iniciativas como a das UPPs no combate ao crime tem muito a ver com a fumaça de charutos. Pode-se dizer o mesmo do Disque Denúncia e das ações preventivas da polícia civil e do BOPE, e, especialmente, das atuais atividades de policiamento ostensivo realizadas pela PM.
O resultado não aparenta peso, embora ele exista. A maneira de se obter esse peso tem algo a ver com o que Sir Walter Raleigh demonstrou. Se na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, os casos de homicídio caíram de acordo com as informações do ISP, podemos afirmar que 637 pessoas deixaram de morrer entre setembro de 2009 e abril de 2010. Estas 637 vidas foram poupadas no período. É o quanto pesa a fumaça.
Nunca se saberá quem foram os que escaparam. Conhecemos apenas os 3.615 que foram mortos, quem são e como foram chorados. Mas não houve comemoração na família dos que estão vivos. Como posso estar entre eles, de minha parte, muito obrigado.

3 comentários:

Anônimo disse...

Uma parábola ou fato concreto!
Por que a fumaça que é inspirada, logo logo é expirada, na realidade peso mesmo só as da cinza, que é levada pelo vento.
Falando das UPPs, na realidade também não funciona. Truque eleitoreiro do governo.
Não prendeu nenhum traficante, nessas comunidades "Pacificada", o toxico continua sendo vendido livremente, o que acabou "concordo" foi com a ostentação de armas pelos traficantes.
Cá para nos também não precisa mais, a PM faz a segurança...
Quanto ao disque denuncia é outra encanação.
Faz-se uma denúncia como já fiz de um desmanche de carro.
Disque denuncia comunica ao Batalhão da área que vai ao local pega grana e diz no B.O."Denuncia sem procedência".
Verdade ou Mentira.

Anônimo disse...

As upps estão trazendo marginais para zona oeste do rio aonde, esta tendo o caos de tiros, eu pergunto ate quando isso vai pois se eles não sabem é que bandidos estão alugando casas em comunidades que são alvos deles eu acho que a policia tem que agir agora esquecer a eleição colocar o exercito na rua em eleição, e meter bala nesses marginais colocar eles no lugar deles, assim eles vão ter medo da policia colocar o bope a core a civil a policia federal exercito e a inteligencia da policia militar assim vamos ter paz morador revoltado que nem consegue trabalhar direito pensando na familia em casa.

Anônimo disse...

As UPP(s) foi uma ótima idéia se na prática funcionassem realmente. A instalação lenta nas comunidades só fazem com que os bandidos mudem de local e lugares que eram tranquilos hoje sofrem com a violência. Falta planejamento estratégico e inteligente o Rio de Janeiro não aguenta mais pede socorro o povo brasileiro se sente de mãos atadas e sujeitos a vontade e a maldade do tráfico de drogas...