sábado, 14 de abril de 2012

Para entender as guerras do Rio e de Niterói

Milton Corrêa da Costa
O fenômeno do aumento dos atos de violência em Niterói tem levantado, ultimamente, a discussão entre os estudiosos da violência urbana. Apesar de enfraquecido hoje, pelo distanciamento de seus principais líderes trancafiados fora do estado e de consideráveis perdas financeiras, em razão do projeto do novo modelo de polícia de proximidade, com a implantação das UPPs em comunidades até então consideradas importantes redutos do tráfico, e mesmo com a permanente e dura repressão policial, é preciso entender que o narcoterrorismo não sucumbiu em sua essência, apesar de sua visível desestruturação (momentânea) com a tomada do Complexo do Alemão, em novembro de 2010.

A doutrina narcoterrorista hoje atua de forma descentralizada, em redes, com migração para outras localidades e direcionamanto para outros tipos de delito (vejam o crescimento do roubo de veículos), fato que dificulta a repressão policial, tornando-se novamente atuante, na busca incessante dos lucros, finalidade precípua do crime.

Basta observarmos os recentes resultados de operações policiais, inclusive em localidades ocupadas (armas e drogas apreendidas e bandidos presos) e os atos de violência perpetrados por traficantes -- na madrugada de sexta-feira, 13 de abril, seis traficantes de uma facção rival foram presos pela PM ao tentarem invadir e tomar o Morro do Palácio, em Niterói.

Ações contínuas de guerrilha urbana, com o emprego do elemento surpresa, mostram ainda um contexto de extrema violência, agora com evidente direcionamento de sensação de insegurança e medo difuso para o entorno do Grande Rio, a exemplo de Niterói, onde a Secretaria de Segurança, para conter a febre do crime, reduzir o temor da população e infundir sensação de segurança, acaba de instalar duas bases da Polícia Militar e reforçar o efetivo policial do 12° BPM. É evidente que quanto mais polícia ostensiva menor oportunidade do cometimento de delitos. A questão é que a polícia não é onipresente e o cobertor do efetivo policial continua sendo curto.

O outro grande de entrave à ação policial é que até hoje, apesar de 20 anos da luta permanente contra o narcoterrorismo não se sabe ao certo quantos são os traficantes que circulam pelos morros e favelas de toda a Região Metropolitana e o qual o quantitativo (aproximado) do arsenal de guerra que se encontra em suas mãos.

Por sua vez, os recentes episódios no Morro da Mangueira e na Cidade de Deus, de 'ordem' do tráfico para fechamento do comércio local são tentativas claras e orquestradas de desacreditar o projeto das UPPs e demonstrar que o narcoterrorismo ainda exerce, através do medo e do terror, domínio sobre a população, resultado de longos anos de relação de dominação e opressão pelo terror das armas de guerra. São resquícios das "zonas de anomia" que predominavam no Rio. Uma cultura fortemente arraigada que envolverá considerável tempo para ser mudada. Tal tipo de resistência, com a intimidação a comerciantes, favorece inegavelmente a ação marginal gerando o medo e o silêncio entre moradores, dificultando a ação de inteligência da força pacificadora para obter informações objetivando o seu planejamento preventivo e repressivo.

Trata-se de estratégia narcoterrorista muita nítida, com base em pressão psicológica sobre os habitantes da localidade, cuja contra ofensiva da força legal, num período de adaptação de um novo e importante modelo de policiamento, deverá estar voltada principalmente para o fortalecimento da ação psicossocial, na relação de parceria com a máxima aproximação da população alvo, inclusive no desenvolvimento de ações cívico-sociais que angariem a confiança a simpatia de moradores. Ações de estado que mostrem as vantagens da ambiência de paz social.

O período ainda é de afirmação do projeto UPPs e de combate permanente aos focos de resistência visando a consolidação futura de um importantíssimo projeto de governo, como única estratégia de polícia capaz de enfraquecer um modelo de criminalidade atípica como a do Rio. A luta contra o narcoterroismo no Rio está apenas começando e a paz social e o resgate da cidadania, como finalidades precípuas, também apenas se iniciam. A vontade política, a ação de polícia proativa – a que se antecipa ao crime pelos dados da inteligência- e o permanente combate à corrupção policial serão estratégias fundamentais para a consecução dos objetivos. Disso não há dúvida. O preço da paz social é a eterna vigilância.
Milton Corrêada Costa é coronel da PM do Rio de Janeiro na reserva

5 comentários:

Anônimo disse...

Muito se fala em UPP, porém nós moradores da Baixada Fluminense (no caso sou morador de Mesquita) somos obrigados a conviver com tráfico de drogas e assassinatos, nossos filhos vêem a todo momento "cradudos" circulando com drogra e as consumindo em frete as nossas residências, além do alto indice de assalto, inclusive de nossas casas. Portanto gostaria de cobrar das autoridades mais atenção para a baixada fluminense. Aqui em mesquita existe boca de fumo em vários lugares, em especial gostaria de denunciar uma que está localizada no final da rua Liberdade, em Rocha Sobrinho / Mesquita.

Anônimo disse...

nso a dianta upp se os proprios policiais sao bandidos .no morro do estado os policias ganhao 6 mil por mes pra deixa os bandidos com ar mas

Anônimo disse...

IGNOREM A MENSAGEM FÚTIL EM INGLES ACIMA!

BANDIDOS DEPOIS DA VINDA DAS OPERAÇÕES DO BOPE, POLICIA CIVIL E DAMAIS DE SEGURANÇAS FORÇAS NO CHAPADÃO RECOLOCAM BARRICADAS NATURALMENTE E ISSO É ODIOSO!!!

TUDO A MANDO DO PLAYMERDABOY!!!
O MONOCELHA MALDITO!!!!!!!!
QUEREMOS JUSTIÇA E PAZ!!!!!!!!
CHEGAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!

AQUI NA RUA CAMINHO DO BERNARDO SN/ ANCHIETA - CEP:21655-800
PERTO DA RUA VILA XAVIER, ESTAO PONDO BARRICADAS DE CIMENTO AGORA!!!

Caminho do Bernardo - Anchieta
Rio de Janeiro - RJ21655-800
Mapa: https://www.google.com.br/maps/@-22.819215,-43.381001,3a,90y,293h,90t/data=!3m4!1e1!3m2!1sM3cW9vmvxlMOqt7McreV0Q!2e0!6m1!1e1

Rua Vila Xavier
Rua Vila Xavier, 21655-740
Mapa: https://www.google.com.br/maps/@-22.817699,-43.381997,3a,90y,90h,53.08t/data=!3m4!1e1!3m2!1sCoJ8DNH7jEDEHJV7TCf26A!2e0!6m1!1e1
=!3m4!1e1!3m2!1sB8vmP3wqEsM5L8AimXlUjg!2e0!6m1!1e1

MERDA!!!!! VOCES NAO FAZEM NADA!!!!!
QUEREMOS QUE VOCES FAÇAM ALGUMA COISA!!!
QUEM QUER SE MUDAR NEM PODE PORQUE COMO O CAMINHAO VAI PASSAR!!?

FICAMOS SEM COLETA DE LIXO TAMBEM POR CAUSA DESSAS MERDAS?!

ESTAMOS REVOLTADOS E SACO CHEIO DESSAS MERDAS DE CU VERMELHO!!! ESTAMOS FURIOSOSSSSSSSSSSSS!!! CHEGAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!

Ò_Ó##################################################

Anônimo disse...

tanto se fala em segurança, que isso depende de ação policial...
vou relatar mais um ato que era bem conhecido das comunidades e hoje em pleno seculo xxI ainda acontece...
no ultimo dia 10/11/2014 policiais fardados invadindo a comunidade da mundial em Honório Gurgel jundo com traficantes, isso mesmo junto, e agredindo moradores invadindo casa e tudo mais... ALO!!! IMPRENSA ESQUECE A UPP E VEM PRA CÁ QUE AQUI QUE ACONTECE AS BARBARIES DA PM...
ALô DISQUE DENUNCIA ALÔ CORREGEDORIA ALÔ GOVERNADOR PEZÃO... QUEM PODE NOS SALVAR DESSES BANDIDOS FARDADOS...

Anônimo disse...

"Somós reféns dentro de nossas próprias Casa" o estado ou seus governantes não ligam para o que nós cidadãos comuns temos que passar sendo coagidos por marginais que acham que quando você não está no meio deles você é uma ameaça,sendo assim você tem dar bom dia a eles e fingir que . trafico de drogas e normal.
Então população não aceite, lute, proteste só assim vamos mudar nosso estado e nosso país.